SANTO ANDRÉ
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O bico de papagaio ou osteofitose é uma doença degenerativa caracterizada pelo atípico crescimento do tecido ósseo em volta de uma articulação das vértebras, no qual o disco invertebral deveria estar funcionando como amortecedor entre os ossos, no entanto, está comprometido. Logo, essas alterações, que recebem o nome de osteófitos ou o famoso nome “bicos de papagaio” aparecem em virtude da desidratação do disco invertebral, o que ainda favorece a proximidade das vértebras, tornando possível a compressão de raízes nervosas. Esse problema tem maior incidência na região lombar, porém, pode atingir outras partes da coluna. As dores (principal sintoma desta patologia) são causadas pelo própria rigidez da coluna, uma vez que as vértebras que são afetadas pressionam músculos e nervos.
Os osteófitos (bicos de papagaio) podem ser considerados uma espécie de defesa do organismo para absorver a sobrecarga realizada sobre as articulações e ainda estabilizar a coluna vertebral. Essa doença afeta principalmente pessoas acima de 50 anos. No entanto, também manifestar-se em pessoas mais jovens que estejam expostas aos fatores de risco. Os bicos podem levar um longo tempo para se formarem e se estabelecerem. Porém, quando se instalam, é necessário ter cuidados para a vida toda.
Momento curiosidade: Afinal, por que a doença leva esse nome? Devido à semelhança dessa expansão óssea com o bico recurvado de uma ave. Por isso, tornou-se popularmente conhecida por esse nome.
São várias as causas do bico de papagaio. São elas:
Também há causas menos comuns, mas que estão associadas à fatores genéticos como, por exemplo, espondilite anquilosante, que é uma doença inflamatória crônica, a qual afeta principalmente as articulações do esqueleto axial (ossos da cabeça, tórax, coluna e ombros) e também às doenças autoimunes, nas quais o sistema imunológico do corpo ataca as células saudáveis. Sendo assim, as principais causa são:
Também é importante ressaltar que doenças infecciosas de longo curso como, por exemplo, tuberculose e sarcoidose, também podem acabar se manifestando com osteofitose marginal na coluna. Alguns tumores de crescimento lento tanto benignos quanto malignos podem ocasionar tais alterações.
Os principais sintomas são:
O principal sintoma do bico de papagaio costuma ser a dor. No entanto, conforme a doença avança, novos sintomas surgem. É o caso de claudicação neurogênica caracterizada pela dificuldade de caminhar. Normalmente a pessoa possui muita dor nas pernas e necessita sentar-se para aliviar essa dor. Também há outros tipos de claudicação, como a intermitente (causa sensação de cãibra nas pernas). Essa possui causa vascular e geralmente é comum em pacientes diabéticos.
Em casos mais graves pode ocorrer a parestesia, que é a perda de sensibilidade em alguns membros ou ainda a paresia, que é a perda de força. Caso não seja cuidada logo de início, a doença pode avançar para um quadro de paraplegia com ausência tanto de sensibilidade quanto de força nos membros inferiores.
Assim que aparecerem os primeiros sintomas, mesmo que sugestivos, recomenda-se procurar um ortopedista para controlar e tratar essa enfermidade.
Tanto a avaliação clínica quanto o histórico de vida do paciente são indispensáveis para estabelecer um diagnóstico de bico de papagaio. Contudo, exames de imagem como, por exemplo, raios X, ressonância magnética e tomografia computadorizada são bastante úteis para analisar a gravidade da doença.
Existem cuidados fundamentais para prevenir a formação de bicos de papagaio. Por exemplo: postura correta. Como já foi mencionado anteriormente, a postura incorreta é uma das principais causas dessa patologia. Logo, é necessário redobrar a atenção na rotina e nas atividades do dia a dia para não favorecer na ocorrência de pequenos traumas ou aumento da sobrecarga na coluna vertebral.
Além disso, manter o peso do corpo em níveis adequados e praticar regularmente atividades físicas são ótima medidas preventivas e também indispensáveis para evitar o desenvolvimento de osteófitos. Os exercícios físicos mais indicados são os de baixo impacto como, por exemplo, hidroginástica, natação, alongamento e bicicleta. Essas atividades não forçam as articulações.
Fazem parte da prevenção ainda: mudanças de hábitos alimentares, ingestão de água (manter-se sempre hidratado) e evitar cargas pesadas.
Infelizmente não existe tratamento para recuperar o disco invertebral já acometido. O desgaste sofrido é irreversível. Porém, tanto analgésicos quanto antiinflamatórios podem ser úteis para aliviar as fortes dores, mas recomenda-se desenvolver hábitos que facilitem a correção dos problemas de postura. Como já mencionado, a prática regular de exercícios físicos e também fisioterapia. Ambos podem ajudar a controlar a doença. Em casos graves podem ser necessárias intervenções cirúrgicas.
Essa doença pode ser vista como algo comum, todavia, provoca muita dor, desconforto e restrição de movimentos. Para evitar os bicos de papagaio, muitas vezes mudanças no estilo de vida são necessárias. É o caso de atividades físicas, mas bem orientadas. Exercícios físicos mal praticados podem facilitar o aparecimento de osteófitos. Por isso, busque melhorar a sua postura, praticar atividades físicas, mudar seu estilo de vida e ao perceber o primeiro sintoma, procure um médico especialista. Sua postura ajuda e muito a melhorar a sua qualidade de vida.
Dr. Alexandre Moulin, Médico Ortopedista com especialização em Cirurgia Coluna, Tratamento da Dor e Medicina Regenerativa, membro do corpo clínico dos hospitais: AACD, Hospital Sírio Libanês, Hospital São Luiz, Hospital Leforte, Cristóvão da Gama, BR Surgery. É Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Membro Titular da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC). Membro da Sociedade Brasileira de Ozonioterapia Médica (SOBOM). Membro da North America Spine Society (NASS).